O otimismo é um estado de espírito caracterizado pela crença positiva no futuro, pela expectativa de resultados favoráveis e pela tendência de enxergar o lado positivo das situações. É uma atitude que se baseia na confiança de que as circunstâncias podem melhorar e que os desafios podem ser superados. O otimismo envolve a capacidade de manter uma visão esperançosa, mesmo diante das dificuldades e incertezas da vida.
O pesquisador Neil D. Weinstein, em 1980, reuniu mais de 1.200 estudantes universitários e os questionou sobre as probabilidades de diferentes eventos.
Ao final do estudo, Weinstein concluiu que a maioria dos participantes fantasiava excessivamente as próprias habilidades e possibilidades. Grande parte das pessoas acreditava em um futuro mais otimista do que seria realista pensar. Com isso, há uma crença de que as chances de sucesso são maiores que as de fracasso — mesmo sem embasamento realista.
O viés do otimismo é um padrão cognitivo que pode afetar as decisões de investimento de muitas pessoas. Esse viés leva os investidores a serem excessivamente otimistas em relação aos retornos esperados de seus investimentos, subestimando os riscos associados.
O otimismo excessivo ou irreal impacta diretamente nossas decisões financeiras.
Uma pessoa pode acreditar que não precisa formar uma reserva de emergência ou ter um plano financeiro. Essa decisão se baseia na crença de que ela não sofrerá imprevistos ou dificuldades na sua vida financeira.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais o viés do otimismo pode impactar os investimentos:
- Superestimação dos Retornos: Investidores otimistas têm uma tendência a superestimar o potencial de ganhos de seus investimentos. Eles podem imaginar cenários de sucesso em que os ativos crescem a taxas excepcionais, muitas vezes ignorando as incertezas e volatilidade dos mercados.
- Minimização dos Riscos: O viés do otimismo leva os investidores a minimizar ou ignorar os riscos associados aos ativos que estão considerando. Eles podem acreditar que os riscos são improváveis de se materializar ou que, se ocorrerem, não terão um impacto significativo.
- Ignorar Informações Negativas: Investidores otimistas podem ter uma tendência a ignorar ou descartar informações negativas sobre os ativos em que estão investindo. Eles podem focar apenas nas notícias positivas e filtrar informações que contradizem suas visões otimistas.
- Aderência a Esquemas de Ganho Rápido: O viés do otimismo pode levar os investidores a serem atraídos por esquemas de enriquecimento rápido, como investimentos de alto risco que prometem retornos extraordinários em um curto período de tempo. Eles podem acreditar que estão entre os poucos que conseguirão sucesso, ignorando a probabilidade de perdas.
- Falta de Diversificação: Investidores excessivamente otimistas podem colocar grande parte de seus recursos em um único investimento ou setor, acreditando que terão sucesso. Isso aumenta o risco de perdas significativas se o investimento não se sair como esperado.
- Resistência à Mudança de Opinião: Devido ao otimismo, os investidores podem ser resistentes a mudar suas opiniões, mesmo quando surgem evidências contrárias. Eles podem permanecer investidos em ativos com desempenho ruim, esperando que a situação melhore.
- Tendência ao Overtrading: Investidores otimistas podem ser mais propensos a comprar e vender com frequência, na esperança de aproveitar cada oportunidade. Isso pode levar a custos adicionais e redução dos retornos líquidos devido a comissões e impostos.
Para mitigar os efeitos do viés do otimismo, os investidores devem praticar a análise fundamentada e objetiva, considerando tanto os aspectos positivos quanto os negativos de cada investimento.
A diversificação da carteira e a busca por orientação financeira imparcial também podem ajudar a contrabalançar as influências do otimismo excessivo.